Número de bombeiros voluntários não é suficiente
Verão traz calor. Calor traz risco de incêndios. Incêndios trazem perdas de vidas, de meio ambiente, de estruturas. Desde que aqui cheguei, acostumei-me ao barulho das sirenes pois as viaturas da Associação Humanitária do Bombeiros Voluntários de Coimbrões – em sua grande parte das viagens, passam pela avenida ao lado do prédio. O barulho intensifica-se no verão em qualquer hora do dia ou da noite.
Segundo a reportagem da revista Cristina na edição de 28 de setembro de 2023, há 26.123 bombeiros, sendo 21.137 homens e 4.986 mulheres. Há 465 corporações de bombeiros voluntários e 7 corpos profissionais – que são os sapadores bombeiros. São profissionais que estão sob a tutela das câmaras municipais do respetivo concelho, pertencendo assim à administração local. Para sua formação, os profissionais selecionados frequentam as únicas duas escolas do país, em Lisboa e em Porto. Dali, saem com rigor e espírito de sacrifício e capazes de resolver qualquer situação mais complexas. São 1720 equipas de intervenção permanente.
A revista apresenta ainda um perfil dos bombeiros. 82% dos homens têm entre 25 e 45 anos e 93% das mulheres têm menos de 45 anos. A profissão é desafiadora e fideliza, pois, 45% têm mais de 15 anos de serviços e 67% dos bombeiros sentem-se satisfeitos com o trabalho.
Mas mesmo com tanta dedicação, o número de profissionais e voluntários não é suficiente para combater os incêndios no verão.
Segundo o jornal Público na edição de 24 de julho, Portugal receberá bombeiros da Finlândia e Letónia pelo segundo ano consecutivo. Serão três equipas com 66 elementos que juntam-se à Força Especial de Protecção Civil. Os custos desta operação (transporte, alojamento, refeições, logística, etc.), são ressarcidos pela Comissão Europeia através do Mecanismo Europeu de Protecção Civil, divididos entre o país receptor e o país doador.
Evidentemente, que o calor não é privilégio de Portugal e todo ano, há um esforço de governos e comunidades para os meses de julho a setembro época de verão. “Para este Verão de 2024, a União Europeia reuniu um corpo de 556 bombeiros de 12 países que estarão estrategicamente preposicionados em locais-chave na Europa, como França, Grécia, Portugal e Espanha. Estes bombeiros estarão preparados para apoiar as corporações locais de bombeiros quando a escala de um incêndio florestal ultrapassar as capacidades de resposta de um país. Além disso, estará disponível uma frota específica Resceu de aeronaves de combate a incêndios, composta por 28 aviões (sendo dois de Portugal) e quatro helicópteros estacionados em dez Estados-membros”, conforme matéria do jornal.
Há fogo, há fogo, acudam!
Os bombeiros têm reconhecimento natural da sociedade e em Lisboa, as condições de viaturas e um pouco da história dessa vocação está em bela exposição no Museu dos Coches – que fica em Belém. Se visitar a capital do país, vale o passeio.
Como residente em Portugal, fica meu desejo que a situação se altere e que o governo por meio de seus diferentes órgãos e autarquias altere a situação e crie mecanismos que atraiam mais voluntários.
Afinal, verão é ótimo, traz calor, praia, dias longos, mas é preciso cuidar para que não tenhamos consequências graves que afetem vidas e meio ambiente até final de agosto.
2 Comentários
Feliz nas suas narrativas trazendo mais conhecimento do que se passa além mar.
É muito bom mesmo produzir essas historias.